A escritora do livro "Eu, Carolina" disse em interrogatório perante o Ministério Público (MP) que a ex-companheira do presidente do FC Porto decidiu publicar o livro para se vingar de Pinto da Costa e para fazer dinheiro. No mesmo depoimento, junto em processos por difamação contra Carolina a correr no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) do MP do Porto, Maria Fernanda Freitas de Sousa denuncia ainda que a versão final do livro publicado não é igual ao texto que escreveu.
Entre as várias diferenças, verifica-se a retirada de uma história relacionada com uma cantora suposta amante de um amigo do presidente portista; uma alusão um desentendimento entre os filhos de Pinto da Costa; e referências a outra suposta amante de uma destacada figura na altura ligada ao FC Porto. Tudo alterações introduzidas após Carolina ter levado para Lisboa a versão final do documento.
Sem documentos?
Num auto de interrogatório a que o JN teve acesso, Fernanda Freitas, docente do Ensino Secundário, afirma acreditar que, ao decidir expor a vida em comum com o dirigente, "Carolina actuou movida por motivações económicas e de vingança, mas alegando que pretendia proteger-se".
De tudo isto, a autora garante que só se apercebeu mais tarde. "(...) o livro contém vastas menções difamatórias e desnecessárias", admitiu ao MP, esclarecendo ainda que "teve de 'filtrar' algumas das informações que a Carolina desejava registar, pois que [...] o livro ainda 'seria pior'".
Fernanda Freitas fez também referências a um jantar realizado dois dias depois do lançamento do livro (Dezembro do ano passado), em que ficou "convencida de que Carolina e Leonor Pinhão eram amigas ou se conheciam bem". No jantar estava ainda o marido da jornalista e conhecida benfiquista e seguranças.
Apesar de afirmar desconhecer como chegou o livro à "D. Quixote", disse saber, através de Carolina, que Leonor Pinhão é tradutora naquela editora.
A escritora conta ainda que a certa altura, quando ainda se encontrava a escrever o livro, começou a ser pressionada para o terminar rapidamente. Durante o processo, Fernanda Freitas ficou com a sensação de que Carolina não dispunha de documentos que apoiassemo seu relato, até porque se socorria, por vezes, "de fotografias, de uma compilação de revistas dos "Superdragões" e - uma ou outra vez - de um livro do FC Porto". A mesma insegurança terá revelado também relativamente a alguns dos protagonistas, nomeadamente quando pretendeu referir-se a Pinto de Sousa. Sabia apenas que "era presidente de qualquer coisa ligada à arbitragem, mas não sabia de quê (em concreto)".
Esta versão da pessoa que ajudou Carolina a escrever o livro que revolucionou o caso Apito Dourado pode vir a ajudar Pinto da Costa a defender-se de duas de três recentes acusações do MP sustentadas nas declarações de Carolina - jogos FC Porto-Amadora e Beira Mar-FC Porto. No caso Nacional-Benfica não é referido o testemunho da ex-companheira portista.
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